segunda-feira, abril 15, 2024

Os Filhos da Areia (1)


 

Hoje, as nuvens altas vão desgarradas e com a cor de trovoada. Coam a luz do Sol, mortiço, que se deixa levar, ele também, no arrasto do vento fraco. Tudo parado. Tudo está quieto na esperança de que o ar venha a ser lavado. Esta noite, a Lua fugirá para as Bandas do Mar a uma velocidade vertiginosa e arrepiante, enquanto a memória vai ficando espalhada, a esmo, entre os grãos da areia.

O Gabinete do Ódio está montado

 O Gabinete do Ódio está montado, e trabalha na normalização da linguagem do elementos do rebanho.

Quando constataram que o rebanho existia em número intetessante de efetivos, uns senhores estão na
as tvs a bolsar trampa. A linguagem dos patri otários , dos esqueletos no armário e dos assuntos sexuais mal resolvidos, traumas da realidade paralela , é a mesma.
Já há pastores a chegarem-se à frente em tvs, em livrarias, pelos grupos whatsaap e redes sociais. O método Bolsonaro em marcha.

Alguém afirmou que nas guerras a primeira vítima é a verdade.


 Alguém afirmou que nas guerras a primeira vítima é a verdade.

Como a verdade não é a coisa, mas sim o discurso sobre a coisa que corresponde à coisa, e quando tal não corresponde podemos afirmar que há um erro.
Quando este erro é manipulado e apresentado como o discurso sobre a coisa, temos a mentira.
Hoje temos muitas mentiras sobre as guerras que vivemos, embrulhadas em embalagens apelativas, certificadas pelos altos organismos como verdade, palha que nos dão a comer, nos emborcam goela abaixo.
Tudo isto é apresentado simplificado na narrativa, de modo a que a realidade paralela se sobreponha, e mantenha o grupo sob o efeito de manada.
Tudo isto é tratado cientificamente.
Há que manter a fogueira da praça sempre acessa.
Este post já vai longo. Poucos o irão ler, mesmo que eu coloque um foto , que nada tenha a ver com ele, para chamar a atenção.
As coisas são assim.
Na foto o Hijab Católico de uso obrigatório nos cultos em Portugal até aos anos 1970.

segunda-feira, abril 08, 2024

25 De abril de 1974,


 

25 De abril de 1974,

um ponto marcante na minha juventude.

 1. Declaração

 Nenhuma leitura figurada do passado o altera, e que só uma pessoa alienada e ignorante vive em função da sua crença.

   Mais acrescento que a realidade de cada momento é a circunstância provisória dos opostos necessários, e que tudo o que eu aqui escrevo ou digo, é feito por uma boa razão: é o começar de novo.

   Há muita coisa que eu não sei, mas gostaria de saber.

   Quero deixar claro que esta apresentação é o mais fiel possível à minha memória, onde me esforcei, quanto pude, a eliminar retroprojeções ou revisionismos temporais.

 

   2. 1973, Setembro, 14 anos, quase a completar 15 no mês seguinte.

   Matriculado na Escola Industrial e Comercial da Figueira da Foz, no 1º ano do Curso Complementar de Mecanotecnia, tendo completado o Curso Geral de Mecânica na Escola Industrial de Cantanhede.

   Saí do Escoural da Tocha, aldeia perdida entre pinhais, no fim do mundo, sem estradas onde pudesse transitar com facilidade um carro de praça, sem luz elétrica, água canalizada, claro que sem televisão, mas com um rádio a pilhas de marca Siera, e rumei à cidade da Figueira da Foz das ruas pavimentadas, das torneiras com água, dos automóveis, dos carros de cavalos a transportar mercadorias chegadas à estação do comboio, da luz a rodos e do cheiro a maresia que emanava as docas do porto das traineiras e dos barcos da pesca, em frente das praças Velha e Fernandes Thomaz.

   O meu pequeno quarto era na Rua S. João de Deus, no Sobe-e-desce, em frente ao Hospital Velho, o hospital da Gala aguardava inauguração, entre dois quartéis militares: O C.I.C.A. 2, ao lado da Escola Industrial, onde se formavam todos os militares condutores auto para a guerra do Ultramar, e o Regimento de Artilharia, hoje Quartel da GNR.

   No Sobe-e-desce funcionava um café que tinha só empregadas de servir à mesa. O outro, mais famoso com empregadas a servir os clientes, era na rua da República, a famosa Vimar. Chamo a atenção que a prostituição não existia, pois o seu exercício tinha sido proibido pelo decreto-lei Nº 44579, que entrou em vigor a 1 de janeiro de 1963.

   Antes de rumar à Figueira da Foz, as músicas que eu ouvia eram as do rádio a pilhas: as dos festivais da canção, e os muitos fados debitados, tais como os do António Mourão e Aida de Castro, que me recorde neste momento, e outros.

   2. No verão do ido de 1973,

no Escoural, comecei a ouvir umas músicas novas que passavam na rádio, umas em português e outras em francês. Destas últimas pouco ou nada entendia das palavras, mas gostava muito da melodia: Jacques Brel e Georges Brassens. Este último toca viola como eu imaginava e queria vir a tocar um dia. Também em Português um tal José Mário Branco cantava um soneto de Camões Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades e Sérgio Godinho com a cantiga É Entrar Senhorias Para Ver o que Cá se Passa.

Nesse mesmo verão, li os livros da coleção RTP, Jubiabá de Jorge Amado e o Suave Milagre e Outras Páginas de Eça de Queirós, comprados na Hortícola de Cantanhede.

    4. Já na Figueira da Foz,

fins de Setembro, início de Outubro, via o telejornal no aparelho de televisão com um napperon em cima. 

   Notícias de um Golpe de Estado no Chile com imagens de um general de bigode fino de nome Pinochet.

   A primeira ministra israelita Golda Meir e um senhor americano de testa longa, chamado Henry Kissinger da guerra do Yom Kipur. Na RTP única, os israelitas eram os maiores, os bons e os outros que eu nem sabia quem eram, eram os índios maus dos livros de cowboys.

  Das notícias nacionais decorria uma campanha eleitoral para a Assembleia Nacional. O slogan era Evolução na Continuidade com os salões das casas do Povo cheias de homens a baterem muitas palmas a discursos incompreensíveis para mim.

   As eleições de 23 de Outubro de 1973 decorreram com o resultado previsto.

   Exemplo: no Distrito de Coimbra a lista A teve 86 380 votos dos 86 384 votantes e alista B recebeu zero votos. Uma vitória por 99,99%.

   Do Ultramar (Angola, Moçambique e Guiné) víamos as reportagens onde os soldados, um a um, enviavam mensagens de Feliz Natal e um Ano Novo cheio de prosperidades e algumas vezes mensagens de Feliz Natal e um Ano Novo cheio de propriedades.

  Na frente da Escola Industrial existia um estabelecimento comercial que tinha uma Jukebox que debitava as músicas do Festival da Canção, José Cid e Quarteto 1111.

   Os rapazes entravam na Escola por um portão e as meninas por outro. Os recreios eram separados.

   Na espera da paragem da camioneta da carreira para as Alhadas, Maiorca e Montemor, que se situava na Praça Velha, existia uma loja de eletrodomésticos que vendia discos. Na montra um aquecedor elétrico com uma imagem de um toro a arder que imitava labaredas quando ligado. Uma capa do disco do Good By Yellow Brick Road, com Helton John de óculos coloridos e sapatos de tacão alto como a querer iniciar o caminho dos tijolos amarelos desenhado numa parede. As miúdas adoravam a música. O dono da loja colocava o disco a tocar até à exaustão. Outras vezes tocava Cat Stevens, Bob Dilon e o Angie dos Roling Stones.

   Não entendíamos as letras das canções, mas trocávamos olhares.

   No início da Primavera soubemos no próprio dia, 16 de Março, do Levantamento das Caldas da Rainha.

   A visita da Brigada do Reumático a Marcelo Caetano, presidente do Conselho, e a sua Conversa em Família na RTP, eram comentadas entre nós e com alguns professores.

 

   5. 25 de Abril de 1974, quinta-feira,

a aula de Matemática tinha começado às 08:00 como habitual. Da chamada só faltava o Vitor Oliveira.

   Estávamos a estudar limites de funções, quando o Vitor entrou de rompante na sala com um rádio transístor ligado, aos gritos: professora, professora, é um golpe de estado.

   À minha mente vieram as notícias do tal Pinochet do Chile. A turma era constituída por rapazes, já perto dos 20 anos com a espada da guerra sobre a cabeça, e o colega João Belo já tinha de lá vindo. Tinha 27 anos e não falava sobre o assunto.

   Ficamos na sala a aguardar, quase todos a ouvir o rádio transístor, os comunicados das Forças Armadas. No final da manhã, o Diretor da Escola, o professor Coelho, entrou na sala e disse que as aulas estavam suspensas, que voltássemos amanhã.

   Descemos a rua do posto da PSP, em direção à Praça Velha. O Borges, que estava à espera de ser chamado para a Tropa, começou a cantar a Grândola Vila Morena.

   Foi a primeira vez que ouvi a cantiga que me ficou no ouvido.

 

   Escoural, 05 de abril de 2024


quarta-feira, março 13, 2024

A estupidez humana é espetacular.

 



A estupidez humana é espetacular.
Os cristãos evangélicos aparecem a exaltar o atual estado de Israel.
Estranho, pois os judeus não aceitam Jesus como Messias, isto é, como Cristo. Suportado nas leituras do Antigo Testamento, eu acabei por dar razão aos judeus. Os judeus têm razão.
Messias é um lÍder político, coisa que os 10 judeus que se auto intitularam Messias, filho do pai, Barrabás transliterado, que existiram no primeiro século nunca o chegaram a ser.
Roma tratou-os a todos, sem exceção, como terroristas, isto até se cansar e destruir a cidade de Jerusalém e o templo da Judeia.
O atual estado de Israel não está fundado segundo os preceitos judeus, não tem templo. No seu sítio está um templo do Islão, e estes também se consideram filhos de Abraão.
Os cristãos evangélicos são comandados por pastores, por isto se chamam ovelhas. Que sejam felizes.
Nota: os israelitas eram cananeus, tinham El com deus maior do seu panteão. O reino de Israel foi destruído pelo império Assírio em 722 AC.
Os judeus uma tribo guerreira pré árabe, cuja deus maior era Yahweh que inicialmente era representado por um touro com um enorme pénis. O Templo de Jerusalém foi arrasado pelo império romano no ano 70 DC.

Porque há uma extrema direita a assaltar o poder nas democracias liberais?

 



Porque há uma extrema direita a assaltar o poder nas democracias liberais?

É porque há gente com muito dinheiro, e com muita mais fome dele, que não tem o assento de veludo e cetim que deseja no poder. Isto para o controlar, com a capa do combate à corrupção e com os valores caídos no caixote da história, reciclados nos processos dos média e das redes sociais.
Há um grande investimento. Há uma expectativa de elevado retorno.
O Lawfare é uma ferramenta cara, mas tem um grau elevado de eficácia.
Ando a rever publicações minhas do passado recente, pois como escrevia o famoso economista beato das Neves , não há almoços grátis.
É histórico: a extrema direita subiu ao poder pela mão da direita. Veja-se a Alemanha dos idos 30 do século passado. A extrema esquerda só vai para a rua quando a direita a fomenta a ir, e a esquerda só governa quando a certas pessoas ganham com ela, dando alguns lugares aos seus políticos.
Dizem que a esquerda governa mal. Não governa como a direita, com a frieza dos números, dizem, apesar de negociar e fazer acordos sociais que a direita concorda, mas não aplaude. Usa-os em seu proveito no momento certo.
Hoje há um contrato social que, de certa forma, pode ser rasgado com o poder total nas mãos de uma extrema direita. Isto é que pode vir a ser preocupante . É este o meu principal receio.
Pronto!
Já escrevi o que me apraz dizer acerca do momento.
Apesar disto tudo, amanhã será outro dia.
Sejam felizes!

FRASES QUE FIZERAM HISTÓRIA

 = FRASES QUE FIZERAM HISTÓRIA =

"Estar vivo é o contrário de estar morto". - Lili Caneças;
"Nós somos humanos como as pessoas". - Nuno Gomes, SLBenfica;
"Quem corre agora é o Fonseca, mas está parado." - Jorge Perestrelo (relato de jogo);
"Inácio fechou os olhos e olhou para o céu!" - Nuno Luz (SIC);
"O meu coração só tem uma cor: azul e branco." - João Pinto, antigo capitão do FC Porto;
"A China é um país muito grande habitado por muitos chineses." - Charles de Gaulle;
"Lá vai Paneira no seu estilo inconfundível... (pausa)...Mas não, é Veloso!" - Gabriel Alves;
"Juskowiak tem a vantagem de ter duas pernas!" - Gabriel Alves;
"É trágico! Está a arder uma vasta área de pinhal de eucaliptos." - jornalista da RTP;
"Um morreu e o outro está morto." - Manuela Moura Guedes;
"Prognósticos só depois do jogo." - João Pinto (FCP);
"Antes de apertar o pescoço da mulher até à morte, o velho reformado suicidou-se." - João Cunha, testemunha do crime;
"Quatro hectares de trigo foram queimados. Em princípio trata-se de incêndio." - Lídia Moreno (Rádio Voz de Arganil);
"O acidente foi no tristemente célebre Retângulo das Bermudas." - Paulo Aguiar (TV Globo);
"O acidente fez um total de um morto e três desaparecidos. Teme-se que não haja vítimas." - Juliana Faria (TV Globo);
"Os antigos prisioneiros terão assim a alegria do reencontro para reviver os anos de sofrimento." - Maria do Céu Carmo, psiquiatra;
"À chegada da Polícia , o cadáver encontrava-se rigorosamente imóvel." - Ribeiro de Jesus, PSP de Faro;
"O acidente provocou forte comoção em toda a região, onde o veículo era bem conhecido." - António Bravo (SIC);
"Ela contraiu a doença em vida." - Dr. Joaquim Infante, Hospital de Santa Maria;
"A vítima foi estrangulada a golpes de facão." - Ângelo Bálsamo, Jornal do Incrível;
"Os sete artistas compõem um trio de talento." - Manuela Moura Guedes (TVI);
"Esta nova terapia traz esperanças a todos aqueles que morrem de cancro
em cada ano." - Dr. Alves Macedo, oncologista;
"Querem fazer do Boavista o bode respiratório." - Jaime Pacheco, treinador do Boavista;
"Não tem outra, temos que jogar com essa mesma." - Jaime Pacheco, treinador do Boavista, ao responder à pergunta do repórter se eles iriam jogar com aquela chuva;
"Se entra na chuva é para se queimar." - Denilson, jogador da Seleção do Brasil;
"Haja o que hajar, o Porto vai ser campeão." - DECO, ex-jogador do FC Porto;
"O difícil, como vocês sabem, não é fácil." - Jardel;
"Um jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático gramática." - César Prates, ex-jogador do Sporting;
"No Porto é todo mundo muito simpático. É um povo muito hospitalar." - Deco, ex-Jogador do FC Porto, a comentar a hospitalidade da população;
"Em Portugal é que é bom. Lá, a gente recebe semanalmente de 15 em 15 dias." - Argel, ex-jogador do Benfica;
"Nem que eu tivesse dois pulmões alcançava essa bola." - Roger, jogador do Benfica;
"Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu." - Djair, jogador do Belenenses ao chegar a Belém (zona do Restelo –
Mosteiro dos Jerónimos) no dia que assinou contrato com este clube;
"Finalmente, a água corrente foi instalada no cemitério, para alegria da população." - Repórter do Fundão.
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terça-feira, março 05, 2024

Ficções de um governo criacionista


 Ficções de um governo criacionista.

O Chefe do governo da Nação para acabar de vez com a vergonha vigente, anuncia a criação do Ministério do Medo, que integrará a atual Secretaria de Estado da Auto-Censura.

sexta-feira, março 01, 2024

Em Gaza a matança continua.

 



Em Gaza a matança continua.
Netanyahu é um criminoso encurralado.
Nota: Israel foi destruído em 720 AC pelo Império Assírio, e acabou. O nome foi usurpado pela Judeus no século V AC, assim como o foi pelo atual estado do mesmo nome após 1948.
Tudo graças a interpretações teológicas de escritos com 2500 anos, que foram feitos para ser lidos e às pessoas das respetivas épocas. O mesmo se aplica aos do Novo testamento.
Qualquer aplicação ou interpretação para os dias de hoje é pura e simplesmente uma manipulação criminosa, de interesses instalados. Vivemos um mundo de loucos.
O assalto a Jericó por Josué é um mito, não é História.
Nos comentários podeis soltar o diabo que há em vós .

quinta-feira, fevereiro 29, 2024

O estado em curso das coisas


 


É impressionante a firmeza com que os apoiantes assumem a própria estupidez, o orgulho que têm em serem ignorantes, exceto aqueles que sabem muito bem ao que vão. Esses estavam tapados por outros, ou sem vontade de fazer caminho. Queriam assentar praça em general. Assim, esta novidade é fantástica. Isto até serem corridos.
Mas siga a Marinha!
É fenómeno aparentemente sem precedentes, mas tal já se passou na Europa e no mundo há uns 100 anos.
Fica claro que parte da massa apoiante não terá recuperação. Basta ler os comentários que fazem nas redes sociais, e das conversas que às vezes ouvimos: ignorância, falta de educação, falta de carácter e, sobretudo, inveja por quem demonstre ser minimamente inteligente ou bem sucedido.
Foi o destapar do esgoto da sociedade, onde o fedor dá voz a quem até tinha algum constrangimento em mostrar a sua estupidez, a sua ignorância, e ódio recalcado. Mas, com a abertura do bueiro , e o espalhar a esmo do chorume social, estes sentem-se representados, num espelho de si mesmos. Agora já vale tudo.
A nossa sorte é que, por definição de estupidez, eles acabam por se prejudicar a si mesmos.
No entanto, o estrago para todos já estará feito.

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

2024-02-05

 


Segunda-feira.
Depois de um fim de semana com os colegas de curso DEM81. Alguns acompanharam as respetivas companheiras.
Uma espera a olhar o meu tempo de esperança. Afinal, a única âncora que temos, no agora e, no imediato.
Estamos todos velhos. Os do curso, claro!
Com as conversas, com os copos estamos todos uns jovens, mas velhos.
Hoje, todos eles, devem estar a refletir a vida, julgo eu.
Ao fundo o monte de Santa Tecla, na A Guarda, Galiza.
Uma possível rebatização do nome de monte Santuário à deusa Lua, ou outra divindade de namoro com o Mar ou o Sol dos cultos de fertilidade.
Relembro o romance da bela Tecla convertida pelos seguidores do tal Paulo de Tarso. Um romance religioso de tradição grega dos Atos de Paulo e Tecla, onde a mulher tinha o direito a pregar e a batizar.
Uma prova de que as canonizações dos textos bíblicos chegaram tarde pela via de comunicação mais rápida que existia à época? Será?
1 Coríntios 14:34
As mulheres estejam caladas nas igrejas, porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei.
1 Timóteo 2:11-12
A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio.
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quarta-feira, janeiro 24, 2024

Des-ventura



A mentira, a baixeza
A calúnia com leveza
Nessa chico-esperteza
À grande e à portuguesa
Em tempo de incerteza
O ignorante é a presa
Prato principal e sobremesa.
Des-ventura em modo rapper
(Carlão - Da Weasel)

quarta-feira, janeiro 17, 2024

Ariane é um navio.

 


Lisboa, Cadeia do Aljube, 1 de Janeiro de 1940

Ariane
Ariane é um navio.
Tem mastros, velas e bandeira à proa,
E chegou num dia branco, frio,
A este rio Tejo de Lisboa.
Carregado de sonho, fundeou
Dentro da claridade destas grades…
Cisne de todos, que se foi, voltou
Só para os olhos de quem tem saudades…
Foram duas fragatas ver quem era
Um tal milagre assim: era um navio
Que se balança ali à minha espera
Entre as gaivotas que se dão no rio.
Mas eu é que não pude ainda por meus passos
Sair desta prisão em corpo inteiro,
E levantar âncora, e cair nos braços
De Ariane, o veleiro.

sexta-feira, janeiro 12, 2024

Sísifo

 


Sísifo

Recomeça...
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...

Miguel Torga  TORGA, M., Diário XIII.